segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O caráter, ele ainda existe?



Olá Amig@s,

Como é difícil começar um tema de tão relevante importância nos dias atuais, onde o que mais ouvimos falar é em roubo, corrupção, desvio de conduta, e tantos pejorativos que até mesmo nós às vezes passamos desacreditar na nossa capacidade de ser intelectualmente fiel aos princípios pregados por nossos antepassados.

Certo sábio disse uma vez que chegaria um tempo em que “muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará”, isso já é fato nos nossos dias, o que ainda falta ser inventado? O que precisa ser fabricado? Existe alguma grande novidade no mundo tecnológico? Hoje praticamente tudo já foi inventado, fabricado ou está no forno para ser produzido.

Porém uma coisa mudou ao passar dos anos, a formação de caráter, há alguns anos a palavra de um homem falia como penhora em venda ou negociação, em outras localidades um fiapo do bigode era o cheque caução. Porém hoje se não fizer mil e uma burocracias você corre o risco de perder o seu “cliente”, e até mesmo amigo.

Em uma época bem mais difícil os políticos eram homens de bem da sociedade, pessoas confiáveis que você poderia colocar seu voto que independente do que acontecessem as obras prometidas em palanque elas de fato aconteciam.

Hoje está tudo diferente, você não sabe mais em quem confiar, pois todos têm pele de cordeiro, porém por dentro são lobos. A sociedade está culturalmente corrupta, aprendeu a se vender por tão pouco, hoje a dignidade, o caráter custam uma cesta básica, uma consulta no médico, um prato de comida, uma nota de R$ 50,00, está tão barato comprar o caráter de uma pessoa que me dá até medo.

No meio de tanta tecnologia, computadores, celulares que fazem de tudo, inclusive falar, ao meio de tantas invenções que mudaram nossa vida para melhor o ser humano está cada dia mais doente, uma doença que faz mal ao coração, que lhe afeta o emocional, que lhe faz ficar estressado, que lhe dá ataque cardíaco e faz chegar ao ápice da depressão.

E isso nada mais é que a moldura do caráter que todos os dias ficam em casa, com uma vontade imensa de sair para as ruas, de sorrir e dizer “bom dia” ao porteiro do prédio, à funcionária, à recepcionista, ao taxista, ao moto boy, ao motorista do coletivo. Esse mesmo caráter que tem uma imensa vontade de estar presente nos simples detalhes da vida, como no trânsito ao pensar duas vezes antes de furar a fila ou ultrapassar o sinal vermelho, pensar duas vezes antes de estacionar em local proibido ou direcionado às pessoas com deficiência e idosos.

Caráter que poderia estar na empresa, pensar duas vezes antes de levar embora objetos miúdos como canetas, lápis, clipes, entre outros. Estar presente na vida pública, pensar duas vezes antes de levar uma moça para o “motel” tendo em casa uma esposa exemplar. Pensar duas antes de tentar “arregar” um policial para se safar de uma multa de trânsito ou algo do gênero, pensar duas vezes antes de corromper por dinheiro público.

Lembro de uma história que me contaram; certo dia um pai e seu filho pescavam em uma lagoa muito linda à noite no centro de Matupá, como o trânsito da cidade já estava calmo, quase ninguém passava pelo local, faltando alguns minutos para as 00hs o menino pescou um peixe grande e bonito, o pai vendo a alegria do filho, mas que de presa pegou-se a medir aquele lindo peixe, alguns centímetros a menos que o permitido para aquela temporada de pesca que terminava naquela noite. O pai olha para o filho que está com os olhos brilhando e diz, “vamos solta-lo”, mesmo na insistência do filho ele não cedeu, “mas pai ninguém está olhando”, foi quando ele disse, “caráter filho, temos que ter principalmente quando ninguém está olhando, pois nesses momentos nos vemos furtivamente fazendo coisas erradas”.

E você tem analisado como anda o seu caráter, pare de reclamar da vida, pare de falar que tudo está ruim, sendo que você não levanta essa sua “bunda” da cadeira e faz algo para melhorar de verdade, acorde para vida e seja uma pessoa melhor.

Não tenho do que reclamar, por que DEUS me deu a vida. E quem ganha o principal, como pode discutir o acessório! (Mario Covas).

Leandro Nascimento é Jornalista em Mato Grosso

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