sexta-feira, 8 de março de 2013

Funai e Índios colocam em risco reinado de Blairo Maggi; Rei da Soja pode virar plebeu

O senador Blairo Maggi (PR-MT) denuncia o descaso do governo federal com relação à questão indígena em relação à atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) na promoção desenfreada de desapropriações de terras visando o aumento das áreas para criação de terras indígenas.

Durante audiência na Comissão de Agricultura do Senado, nesta quinta-feira (7.3), Maggi concordou em votar requerimento convidando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a dar explicações sobre a abertura de processos para demarcação de terras promovidos pela Funai. Mas disse que é descrente em relação às medidas efetivas que possam verdadeiramente ser tomadas pelo ministro.

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"O ministro vem aqui, ensaboa para um lado, ensaboa para o outro e não fala nada. Este é um setor que ninguém quer botar a mão. Teoricamente a Funai deve explicações ao Ministério da Justiça. Eu já fui lá quatro, cinco, seis vezes. Eles dizem que vão conversar com a Funai e não acontece nada. Parece que é proposital isso", afirmou.

O parlamentar critica a forma de atuação da Funai que, segundo ele, dá seguimento às desapropriações com a aquiescência da Justiça. E cita o processo de desintrusão da gleba Suiá Missú, no Araguaia, que foi desocupada apenas com uma liminar e sem o julgamento dos embargos.

"Eu fui várias vezes na presidência da república, falei com o ministro Gilberto Carvalho e eles dizem ' vamos, ver, vamos ver' e não resolvem nada. Trouxemos as mulheres trabalhadoras, crianças. Eles prometem e ninguém vê nada. O problema é que há por parte do governo a complacência com este tipo de coisa", destacou.

O senador citou o exemplo dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo na aprovação da derrubada dos vetos presidenciais a projeto que redistribui de forma igualitária os royalties do petróleo. Segundo ele, a o governo age da mesma maneira "patrolando" quando é de seu interesse.

"Nós nos sentimos igual (à derrubada do veto) no setor agrícola com o goveno. Ninguém escuta, sabem que estão errados e vão patrolando as coisas", salientou ao lembrar que em Mato Grosso teve início a desapropriação de mais 600 mil hectares de terras em três municípios para criação de reserva indígena.

O senador disse ainda não ser contra índio e que chegou a frequentar todas as reservas indígenas quando era governador de Mato Grosso. Mas ressaltou que não admite que estes processos de desapropriação sejam acionados por pessoas "de fora".

"É explosivo isto que está acontecendo. No Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, em todo o Brasil. Quero que o ministro venha para dar explicações, mas não fique ensaboando nem fique, como dizemos no interior, mais liso do que bagre ensaboado", concluiu.

Olhar Direto

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